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Com o faturamento nas vendas da Black Friday estimado em R$ 377 milhões, empresários do comércio varejista mineiro esperam um volume de vendas superior a 25% em relação ao mesmo período do ano passado. O otimismo dos comerciantes está ligado à volta do emprego formal, à injeção da primeira parcela do 13° salário de alguns trabalhadores e ao pagamento de benefícios sociais.
Levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) detalha que 30% do setor varejista mineiro participa da grande liquidação. “A data simboliza a retomada da atividade econômica, sendo que os empresários, neste ano, podem acessar o consumidor final com menores restrições e há muitos municípios sem nenhuma restrição. Dessa forma, podem realizar as vendas diretamente”, disse o economista-chefe da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida. A média de desconto praticada em Minas será de até 50% e o gasto médio das famílias ficará em torno de R$ 560.
Em todo o Brasil, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) avalia um crescimento de 3,8% no comércio varejista, movimentando cerca de R$ 3,93 bilhões.
Para Guilherme Almeida, entre os fatores que podem atrapalhar as vendas neste período de grande liquidação estão a crise econômica, com baixo fluxo no comércio. “O desemprego e a falta de dinheiro é apontado por 25,9% dos entrevistados, enquanto 20,7% apontaram ainda a falta de dinheiro para investir”, esclarece.
Já a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG) aponta que 70,2% dos consumidores mineiros esperam a Black Friday para efetuar compras. Os segmentos mais procurados pelos consumidores serão vestuário (18,0%), alimentícios (13,7%), eletrônicos (12,9%) e calçados (10,1%).
O economista da FCDL-MG, Vinicius Carlos da Silva, avalia que, mesmo com o avanço da vacinação e a melhora dos índices da crise sanitária, os cenários político e econômico ainda têm deixado a população cautelosa. “Com a inflação alta impactando os preços dos produtos, os consumidores querem esperar as promoções, inclusive nos itens de supermercados, que aparecem em segundo lugar na pesquisa como preferência de compra”.
Antes de pensar em grandes ofertas, os economistas fazem um alerta aos empresários a respeito da saúde financeira dos empreendimentos. De acordo com o economista da FCDL-MG, Vinicius Carlos da Silva, durante o planejamento da liquidação, o comerciante deve ficar atento ao faturamento da empresa. “O empresário deve fazer os cálculos e ficar atento ao capital de giro do comércio. Nada que comprometa a saúde financeira da empresa. Muitos lojistas estão com dívidas de empréstimos devido às consequências da pandemia”, reforçou.