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Depois de o desemprego em Minas Gerais ter batido recorde no primeiro trimestre deste ano, atingindo 13,8% e correspondendo a 1,48 milhão de desocupados, a taxa de desocupação no Estado reduziu em 1,3 ponto percentual no segundo trimestre de 2021, chegando a 12,5% e ainda próximo de 1,4 milhão de pessoas. Com o resultado, o índice em Minas permaneceu abaixo da taxa estimada para o Brasil, que encerrou o período de maio a julho em 14,1%.
Os dados integram a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revelam ainda que no segundo trimestre, a força de trabalho em Minas Gerais era composta por aproximadamente 10,8 milhões de pessoas, mantendo-se estável estatisticamente em relação ao primeiro trimestre, porém apresentando um aumento de 4,5% frente ao segundo trimestre de 2020. Deste total, 9,5 milhões estavam ocupadas e 1,4 milhão desocupadas no último trimestre.
Assim, de acordo com o analista do IBGE Minas, Gustavo Geaquinto, em relação aos primeiros três meses do ano, houve aumento de 2,3% ou 215 mil pessoas na população ocupada e redução de 8,8% ou 131 mil pessoas na população desocupada. Já em relação ao segundo trimestre de 2020, o total de pessoas ocupadas apresentou aumento de 5% (452 mil pessoas), ao passo que o total de desocupados não apresentou variação estatisticamente significativa.
Mas, segundo Geaquinto, o que mais chama atenção é que o aumento da população ocupada no período de abril a junho se deu entre os trabalhadores por conta própria, especialmente aqueles sem CNPJ, ou seja, na informalidade.
“As duas bases de comparação já estão inseridas no contexto pandêmico. Por isso, até a Pnad passada ainda tínhamos o comparativo com o período pré-pandemia. Agora temos o efeito causado pela crise. É fato que temos algum nível de recuperação quando analisamos a taxa da população ocupada, uma vez que houve aumento em ambas as comparações, mas os níveis ainda estão abaixo dos anteriores a março do ano passado“, diz.
Neste sentido, o levantamento mostrou que a população ocupada em Minas Gerais era composta por 66,7% de empregados (incluindo empregados do setor público e trabalhadores domésticos), 4,8% de empregadores, 25,8% de pessoas que trabalhavam por conta própria e 2,6% de trabalhadores familiares auxiliares. No setor privado do Estado, exclusive trabalhadores domésticos, 75,2% dos empregados tinham carteira de trabalho assinada.
Em relação ao primeiro trimestre foi estimado um aumento de 6% do contingente de trabalhadores por conta própria. “As pessoas estão retomando ao mercado de trabalho, mas ainda muito pela informalidade”, alerta.
Em relação aos setores, Geaquinto ressalta que em relação ao primeiro trimestre, observou-se aumento de 6,7% do total de ocupados apenas no grupo agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, o que representa 81 mil pessoas a mais. Já nas demais atividades não foram estimadas variações estatisticamente significativas.
Já sobre o segundo trimestre de 2020, verificou-se expansão de 13,7% do total de ocupados na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (155 mil pessoas); de 17,3% do número de ocupado na construção (105 mil pessoas); e de 14,3% de ocupados nos serviços domésticos (84 mil pessoas).
Por fim, diante do quadro atual, o especialista afirma que o mercado de trabalho continua dependendo do cenário econômico. Segundo ele, é preciso aguardar e acompanhar os próximos meses, pois o contexto influenciará positiva ou negativamente a evolução dos índices, inclusive, no que se refere ao trabalho informal – que puxou a ocupação no último trimestre.