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Nas próximas semanas, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) vai assinar com a União Europeia acordo que prevê uma doação, via Agência Francesa de Desenvolvimento, para financiar projetos de sustentabilidade de micro e pequenas empresas mineiras. O valor em euros será o equivalente a algo entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões e a parceria fará com que o banco de desenvolvimento do Estado seja a primeira instituição financeira do País a ter um ‘blended finance’ com apoio da União Europeia.
De acordo com o presidente do Banco, Sérgio Gusmão, a doação, cujos recursos já foram aprovados, vai permitir diminuir as taxas de crédito para as micro e pequenas empresas, de maneira a apoiá-las em ações e projetos de desenvolvimento sustentável.
“O ‘blended finance’ nada mais é que a mistura de recursos de doação com recursos de outras fontes, em vistas de se criar um produto financeiro. Que neste caso, com uma taxa reduzida, vai incentivar micro e pequenas a desenvolverem projetos com viés sustentável. Estamos preparando para que as linhas estejam disponíveis às empresas nos primeiros meses do ano que vem”, explicou.
Não é de hoje que o BDMG é destaque quando o assunto é sustentabilidade. Inclusive, a atuação diferenciada do banco de desenvolvimento de Minas Gerais é que tem permitido esse tipo de acordo mundo afora. A instituição participa da conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP26), que acontece até o próximo dia 12, em Glasgow, Escócia.
Um dos membros da delegação mineira, Gusmão integra dois painéis sobre a experiência da instituição na mobilização de recursos para a infraestrutura sustentável e o financiamento a iniciativas públicas e privadas no setor de energias renováveis.
“A COP26 é uma enorme oportunidade para mostrarmos nosso trabalho. Em três anos de gestão, temos muitos projetos finalizados ou em andamento, o que nos confere ainda mais credibilidade, a partir de entregas concretas. Os parceiros internacionais querem ver ações e enxergam no BDMG um modelo, uma vez que temos linhas de financiamento climático desde 2019. Nossa participação também permite reportar e debater com parceiros que atuam em diversas partes do mundo, elevando o potencial de prospecção”, destaca.
Gusmão também cita que projetos com viés de sustentabilidade têm ganhado cada vez mais espaço na carteira do BDMG. Atualmente, cerca de 60% dos desembolsos realizados pelo Banco estão vinculados a pelo menos um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Em 2019, eram apenas 38%.
“Empresas de diferentes setores, brasileiras e mineiras, já entendem a oportunidade de aprofundar e acelerar o caminho na direção da sustentabilidade. Esse movimento gera recursos e tem impacto altamente positivo. Além disso, é grande o potencial tanto do País como especificamente do nosso Estado, uma vez que a diversidade dos setores econômicos permite que os parceiros pulverizem a distribuição dos recursos entre indústria, agronegócio, mineração, energia e serviços, por exemplo”, diz.
Em energias renováveis, por exemplo, os financiamentos do BDMG chegaram a R$ 130 milhões nos primeiros dez primeiros meses deste ano, 7% e 34% superiores às liberações ocorridas no mesmo período de 2020 e 2019, respectivamente. Dentre os projetos, usinas de geração de energia fotovoltaica e energia hidrelétrica, além da expansão da rede de iluminação pública com tecnologia de consumo mais eficiente de energia, entre outros.