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Sistema de pagamentos instantâneo caiu no gosto do brasileiro e só fica atrás dos pagamentos em dinheiro; rapidez e praticidade são os principais motivos apontados.
A tendência da digitalização dos meios de pagamentos foi estimulada ainda mais pela pandemia da Covid-19. A crise sanitária impôs a necessidade de isolamento social e deu impulso à adoção de meios de pagamento que reduzem o compartilhamento de objetos. O contexto ajuda a explicar o fenômeno chamado PIX, sistema de pagamentos instantâneo e gratuito para pessoas físicas e jurídicas, criado pelo Banco Central em 2020, que já é o segundo meio de pagamento mais utilizado no país, praticamente empatado com o dinheiro. O dado faz parte da pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae. De acordo com o levantamento, as modalidades de pagamento mais utilizadas pelos brasileiros são: dinheiro (71%), PIX (70%), cartão de débito (66%) e cartão de crédito (57%).
A preferência pelo PIX é justificada para 83% dos usuários pela rapidez e a praticidade, seguido de evitar ou minimizar contato físico com máquinas e/ ou pessoas (34%) e pela segurança (32%).
“Os números oficiais sobre o PIX, divulgados pelo Banco Central do Brasil, mostram uma adesão muito rápida a esse meio de pagamento. Segundo a autoridade monetária, o número de usuários que já fizeram ao menos uma transação por PIX está próximo de 80 milhões – vale lembrar que essa novidade ainda não completou nem um ano de operação”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
De acordo com o levantamento, nas compras em lojas físicas o cartão de débito (32%), cartão de crédito (30%), e dinheiro (25%) são os meios mais utilizados. Já o cartão de crédito é o preferido nos pagamentos de compra online (52%). O dinheiro é o meio mais utilizado para pagamentos de contas de consumo (32%). A pesquisa mostra ainda que lojas físicas recebem a maior parte do pagamento à vista (66%) e as lojas online à prazo (53%).
“Percebemos uma mudança no comportamento do consumidor que está cada vez mais adaptado às inovações de pagamentos online. Mas também vemos que nas negociações nas lojas físicas o consumidor ainda prefere o uso dos cartões e também do dinheiro”, completa Costa.
Instantaneidade, rapidez e gratuidade são principais motivos para usar o PIX
O que leva alguém a optar pelo PIX, afinal? O atributo da instantaneidade foi o mais citado: 62% responderam que o valor é transferido na hora. A rapidez e praticidade foi mencionada por 57%. Outra vantagem reconhecida pelos usuários do PIX foi a gratuidade de taxas e tarifas, citada por 42%. Além desses atributos, 22% mencionaram que evitam o contato com o dinheiro; 21% alegaram que é mais seguro; e 19% citaram a vantagem de não precisar levar dinheiro na bolsa ou na carteira. A higiene em tempos de Covid foi lembrada por 18%.
A aceitação nos estabelecimentos foi menos citada (15%) – um fato é compreensível, dado que o surgimento desta opção é recente. As empresas que já oferecem, no entanto, têm esta vantagem competitiva sobre as demais.
Tomando o lugar das TEDs e dos DOCs, velhos conhecidos dos correntistas brasileiros, o tipo mais citado de pagamento através de PIX, segundo a pesquisa, é a transferência de saldos para amigos e parentes: 88% citaram esta finalidade. Os usuários da novidade também destacaram o pagamento de serviços (40%); de compras pela internet (26%); compras de alimentos (18%); restaurantes (17%) e consultas médicas (12%). A grande vantagem do PIX com relação às tradicionais TEDs e DOCs é a instantaneidade e a gratuidade para pessoas físicas.
67% dos internautas mudaram as formas de pagamento em razão da pandemia
A necessidade de distanciamento social e de evitar o compartilhamento de objetos colocou um ponto de atenção sobre o uso do dinheiro físico. Além disso, a situação de lockdown e o aumento das compras online também influenciou a forma de pagar. O avanço tecnológico nos meios de pagamento não parou no tempo dos cartões, e hoje integram celulares e relógios.
De acordo com a pesquisa, 67% dos entrevistados relataram mudanças nas formas de pagamento em decorrência da pandemia, sendo que 45% passaram a fazer mais pagamentos de forma online (incluindo transferências e PIX), 23% passaram a utilizar mais o cartão de crédito, 21% passaram a utilizar o cartão de débito e 5% passaram a utilizar mais dinheiro. Para 33%, não houve mudança – neste caso, podendo haver consumidores que já adotavam práticas que foram recomendadas durante a pandemia.
Considerando os consumidores que costumam utilizar cartões e carteiras digitais, seja cartão de crédito, cartão de débito, Paypal, Pag Seguro, Moip, Pic Pay, Mercado Pago, Samsung Pay, Apple Pay etc, mais da metade (59%) já fez pagamentos por aproximação. A rapidez e a praticidade foi o principal motivo, citado por 53% dos que usaram a tecnologia. A comodidade de não precisar digitar a senha também pesou, mencionada por 39%.
Outros usaram por curiosidade, para testar a novidade (38%). Além destes, 31% mencionaram a higiene e o fato de evitar contaminação com Covid, 24% quiseram evitar o contato com o dinheiro, e 12% alegaram que é mais seguro. A pesquisa mostrou ainda que o cartão físico foi o principal meio de pagamento por aproximação, citado por 91% dos consumidores que já usaram a tecnologia. Smartphone e smartwatch foram citados por, respectivamente, 18% e 4%.
“A pandemia acelerou os processos de inovação tecnológica e a população está cada vez mais habituada a utilizar novos meios de pagamentos. Os bancos têm percebido esta tendência e têm investido cada vez mais em soluções que tragam segurança e praticidade. Ao mesmo tempo o lojista se adaptou e ampliou as formas de pagamento oferecidas”, disse o presidente da CNDL.
Entre aqueles que ainda não experimentaram as tecnologias de pagamento por aproximação, 39% justificaram que não consideram esta opção confiável e 26% mencionaram que não tem esta tecnologia habilitada no cartão. O medo da clonagem dos dados também foi citado (23%), seguido pelo receio de não precisar digitar a senha (20%).
“Esta modalidade não exige, com efeito, a digitação de senhas para valores de até R$ 100. Isso representa uma facilidade e, ao mesmo tempo, um risco em caso de perda do cartão. Por isso, o consumidor que tem essa funcionalidade habilitada deve estar atento às notificações de compra e providenciar o bloqueio do cartão de forma rápida, caso venha a perdê-lo, evitando prejuízos”, destaca Costa.
18% já utilizaram a modalidade de pagamento por QR Code
Outra novidade nos meios de pagamento é o uso de QR Codes. Segundo a pesquisa, 18% dos internautas mencionaram o costume de usar essa modalidade. Entre estes consumidores, a rapidez e a praticidade foram os motivos mais apontados para o uso, citadas por 63%.
Além destes, 31% indicaram a alta aceitação nos estabelecimentos e 31% mencionaram a possibilidade de evitar a digitação na maquininha de cartão. Evitar o contato com o dinheiro (26%) e, mais especificamente, evitar a contaminação com Covid (22%) também foram motivos destacados.
Os que não costumam pagar através de QR Code também elencaram os seus motivos. 25% acreditam que a maioria dos estabelecimentos ainda não aceita este tipo de pagamento e 20% têm dificuldades de saber como funciona.