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Redução da inflação e queda nos preços do setor de alimentação favoreceram o comércio varejista no primeiro semestre em Minas Gerais e as vendas registram alta de 2,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o analista de Informações Estatísticas e Geográficas do IBGE-MG, Daniel Dutra, o crescimento já não pode ser tratado como uma recuperação da pandemia. “Temos o histórico e para o comércio varejista este período já passou. O crescimento do primeiro semestre está mesmo relacionado à redução progressiva da inflação e a queda dos preços de alimentos em supermercados”, analisa. Ele explica que o item ‘supermercados’ tem um peso alto na pesquisa, configura como um item importante e a queda dos preços no setor contribuem para impulsionar as vendas.
Dutra ressalta que se avaliarmos somente junho em relação ao mês anterior, Minas Gerais registrou um recuo de 1,3%. Entretanto, ele não considera a queda uma tendência. “Quando temos meses seguidos de alta como Minas registrou nos últimos cinco meses, é normal termos um mês de acomodação”, explica.
Em Minas Gerais, no comércio varejista, cinco das oito atividades investigadas apresentaram avanço em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Destaque para Combustíveis e Lubrificantes (13%), móveis e eletrodomésticos (7,2%) e Artigos Farmacêuticos (4,2%). “A atividade que mais recuou foi a de livros, jornais, revistas e papelaria com queda de 13,8%”, destacou.
Daniel Dutra ressalta ainda que apesar da pesquisa investigar o comércio varejista, o atacarejo tem sido avaliado pela importância e crescimento que vem apresentando. “Estamos considerando um comércio varejista ampliado”, explica. Nesse quesito, ‘atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo’ a alta registrada em junho com relação ao mês anterior (mai/23) foi de 43,3% e 38,7% de crescimento no primeiro semestre deste ano em relação ao primeiro semestre de 2022.
No Brasil, o volume de vendas cresceu no primeiro semestre do ano 1,3% com relação ao primeiro semestre de 2022. Já de junho em relação a maio, houve um registro de estabilidade, 0% em relação ao mês anterior.
De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, em relação aos dados nacionais, quatro atividades fecharam o primeiro semestre em alta. “Um dos principais responsáveis pelo crescimento nas vendas do comércio varejista foi o setor de combustíveis e lubrificantes. Nos primeiros seis meses de 2023, a atividade acumula 14,5% de ganho em relação ao mesmo período de 2022, com crescimento de 21,1% nos últimos 12 meses”, destaca.
Santos elenca ainda outra importante atividade que pressionou positivamente o resultado do comércio varejista no primeiro semestre de forma nacional. É o caso dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O setor acumula crescimento de 2,6% no primeiro semestre, com destaque para o resultado de abril, quando registrou alta de 3,3%, avaliou.