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Os pequenos negócios de Minas Gerais apresentaram saldo positivo na geração de empregos formais no primeiro trimestre do ano. No período, o superávit das micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado foi de 45.809 vagas, montante 26,67% maior que o registrado nos primeiros três meses de 2022. Na época, houve a abertura de 36.164 postos de trabalho.
As informações são de um levantamento feito pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Minas Gerais (Sebrae Minas), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo a pesquisa, os pequenos negócios do Estado realizaram 554.812 contratações e 509.003 demissões ao longo do primeiro trimestre. A diferença fez com que as MPEs de Minas apresentassem o segundo maior saldo entre as 27 unidades da Federação. Em primeiro lugar ficou São Paulo, com superávit de 115.029 vagas.
A assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Bárbara Pimenta, afirma que o bom desempenho já era esperado. “Já estávamos com essa expectativa de uma melhora do mercado de trabalho, principalmente das micro e pequenas empresas. Elas sempre tiveram uma representatividade muito grande em relação à geração de empregos”, salienta.
Ela atribui o otimismo ao cenário estável do Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon). O indicador mensura a percepção dos empresários sobre o momento econômico e suas atividades, considerando os três meses que se passaram e os que estão por vir. “É uma questão de confiança do pequeno empreendedor para criar emprego, investir no próprio negócio e, consequentemente, gerar mais valor e rendimento”, ressalta.
O levantamento ainda aponta o saldo de vagas das pequenas empresas de cada um dos principais setores da economia, além dos resultados por município.
Dentre as atividades, o grupo de serviços foi destaque com o maior saldo positivo: 25.900 vagas. Indústria da transformação (10.555); construção civil (9.065); agropecuária (7.259) e extrativa mineral (210) também registraram superávits.
Por outro lado, o comércio foi o único setor a registrar saldo negativo: 7.043 vagas. Bárbara Pimenta atribui o déficit à herança dos encerramentos de postos de trabalho temporário de janeiro e fevereiro. Isso porque, em março, a atividade voltou a apresentar superávit.
Já em relação às cidades, os pequenos negócios de Belo Horizonte alcançaram o maior saldo positivo: 7.215 vagas. De maneira oposta, as pequenas empresas de Betim, na Região Metropolitana (RMBH) tiveram o maior saldo negativo: 824 vagas.
Ainda conforme a pesquisa, somente em março, os pequenos negócios de Minas registraram um saldo positivo de 21.925 vagas, fruto de 155.205 admissões e 133.280 desligamentos realizadas no período. O resultado mostra uma queda de 13,1% em relação a fevereiro (25.216 vagas), porém representa uma alta de 128,1% frente a março de 2022 (9.612 vagas).
Para a assistente do Sebrae Minas, por mais que o levantamento aponte saldos positivos e o pequeno empresário esteja confiante, ele está tendo um certo cuidado no que diz respeito a contratações. “Estamos passando por algumas instabilidades econômicas. Temos enfrentado juros altos, inflação persistente, dificuldade de acesso a crédito, isso tudo influencia”, diz.
Em função do cenário macroeconômico atual, ela destaca que a tendência para os próximos meses é que os números nem cresçam, nem recuem e, sim, se estabilizem.