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Em 2021, a retomada das atividades após a flexibilização das medidas impostas para o controle da pandemia de Covid-19 e a grande capacidade de reagir rapidamente aos estímulos econômicos fizeram com que a geração de empregos nas micro e pequenas empresas (MPE) de Minas Gerais subisse.
Com grande importância na geração de postos de trabalhos, as MPEs fecharam o ano passado com um saldo de empregos quase quatro vezes maior que o das médias e grandes empresas (MGE). As MPEs geraram um saldo positivo de 232.942 postos de trabalho, enquanto as médias e grandes totalizaram um saldo de 61.778 empregos. Frente a 2020, ano mais afetado pela pandemia, a alta ficou em 2.650%.
De acordo com o levantamento feito pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, proporcionalmente, a cada dez novos postos de trabalho criados em Minas Gerais em 2021, sete foram gerados pelos pequenos negócios.
Conforme os dados do Sebrae, houve uma grande evolução no saldo de empregos nas MPE em 2021 quando comparado com 2020. A geração de empregos no primeiro ano da pandemia de Covid-19 foi fortemente afetada, já que entre as medidas para controlar a disseminação do vírus foi adotado o fechamento total ou parcial de várias atividades econômicas, provocando muitas demissões. No período, as MPEs foram as mais afetadas.
Segundo o Sebrae, em 2020, as MPEs de Minas Gerais encerraram o ano com um saldo de 8.469 postos de trabalho, número que evoluiu para 232.942 em 2021, ficando cerca de 27 vezes maior ou 2.650% maior.
“O saldo de empregos registrado pelas MPEs mostra a recuperação. Foi um resultado muito expressivo e mostra claramente que as MPEs, mesmo ainda sofrendo com efeitos da pandemia, estão reagindo. A normalização do funcionamento das atividades foi essencial para o resultado positivo, já que em 2020 o funcionamento foi bastante afetado”, explicou a analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Gabriela Martinez.
Apesar do balanço positivo em 2021, o saldo de empregos nas MPEs em dezembro ficou negativo. Ao todo, foram menos 9.027 vagas, uma queda superior a 140% quando comparado a novembro. Em relação a dezembro de 2020, quando houve um déficit de 2.785 postos de trabalho, a redução ficou em torno de 220%.
“Dezembro sempre é um mês marcado por um saldo menor de empregos. Em 2020, no final do ano, houve uma retomada forte, o que pode justificar a queda expressiva em 2021”, explicou Gabriela Martinez.
Dentre os destaques em geração de empregos, segundo os dados do Sebrae, estão serviços e comércio, setores estes que mais sofreram em 2020. Conforme o levantamento do Sebrae, a maior parte das vagas nas MPEs foi gerada no setor de serviços. O setor encerrou 2021 com um saldo acumulado de 94.223 vagas, um aumento próximo a 1.400% em relação a 2020.
No caso do comércio, que ficou em segundo lugar no saldo de empregos nos pequenos negócios, foram 62.865 vagas em 2021. A indústria de transformação ficou na terceira posição, com um saldo de 38.819 empregos.
No mês de dezembro, apenas o comércio fechou o mês com um saldo positivo de vagas: 2.293.
“O avanço da vacinação e a retomada das atividades presenciais permitiram a reação dos setores de comércio e serviços, que tradicionalmente são os que mais empregam no País. Diante disso, permaneci com o sentimento e a consciência claros da força estratégica e construtiva das MPEs. Isso não somente comprovado pela capacidade de geração de empregos e renda, mas também pela sua habilidade de reinventar-se, pela sua capilaridade e pelo seu potencial inovador em meio a todas as flutuações do cenário econômico. Esse resultado é, sem dúvidas, um destaque para a economia, que por sua vez, deve contar com mais estímulos para um crescimento vertiginoso, que terá reflexos em toda a cadeia produtiva”, afirma o presidente da FCDL-MG, Frank Sinatra.
Para 2022, a tendência é de aumento do saldo de empregos nas MPEs, porém, o índice de alta deve ser menor, uma vez que, voltando à normalidade, tende a se acomodar.
“A geração de empregos nas MPEs está voltando mais para o eixo e tende a se acomodar. Não devemos ter uma geração tão alta como em 2021, porque já houve uma recomposição das vagas, mas a expectativa é de mais um ano positivo. Se continuarmos sem grandes impactos da pandemia, como novos fechamentos, e a vacina continuar caminhando, inclusive para crianças, a expectativa dos micro e pequenos negócios é positiva para 2022”, explicou a analista do Sebrae Minas.
Com informações do Diário do Comércio